No post anterior partilhei duas preocupações sobre a actual (nova) Era Digital , a primeira relacionada com o “destino das pessoas”, e a segunda com o “reenquadramento profissional da atual população activa”. Acrescento nesta reflexão, mais duas preocupações que considero terem o mesmo grau de importância das anteriores referidas.
A terceira preocupação prende-se como decorrerá a evolução do bem-estar global das economias mais e menos desenvolvidas.
A civilização já está de certa forma ameaçada pela explosão demográfica, pelo efeito de estufa, pelo buraco do ozono, pela fome, pelas guerras, pelo terrorismo e pela exploração desgovernada dos recursos naturais. Será a transformação digital uma ameaça à sustentabilidade do mundo laboral, o sustento da civilização? Sustentabilidade significa implementar as coisas de maneira diferente e fazer com que o mundo pareça um lugar melhor. Será assim que vai acontecer?
Sabemos que para iniciar um novo negócio cada vez é necessário menor investimento inicial. A tecnologia permite também o decrescente investimento em força de trabalho intensiva. Aliás, o custo marginal de produção digital do produto, bem ou serviço tende para zero. Este custo será ainda mais baixo que o custo do próprio factor trabalho em países menos desenvolvidos.
Face a estes pressupostos, sempre discutíveis, será que surgirá o conceito de desemprego natural em larga escala mundial? As empresas serão de tal forma eficientes que não precisarão de aumentar a capacidade instalada de produção para assegurar a promessa do seu modelo de negócio? Considerando este cenário o bem estar social melhorará ou resultará na revolta da população activa excluída? Esta população não será somente a do próprio país mas também as dos países menos desenvolvidos que eram escolhidos para a deslocalização dos processos de fabrico. As assimetrias já existentes entre classes sociais e entre países serão por este motivo agudizadas?
Finalmente, a quarta e última preocupação está relacionada com a evolução da segurança, especificamente, a “cyber – segurança” das pessoas, das empresas, dos sectores e dos países. Refiro-me, respectivamente, à segurança da própria identidade, aos dados sobre o negócio dos clientes e das próprias empresas, aos “segredos” sectoriais do negócio e ao emergente terrorismo a qualquer hora e em qualquer lugar coordenado a partir de uma qualquer plataforma tecnológica.
As empresas e as entidades reguladoras da actividade económica nacionais e internacionais deverão trabalhar em conjunto para identificar formas de mitigar o risco da cyber-segurança que, embora não seja perceptível ao olhar humano, está bem presente no nosso novo modo de vivência digital (nos computadores, no mobile, nas coisas, nos servidores, na cloud e nos ecossistemas digitais).
Estas preocupações são somente isso mesmo. Todos nós devemos reflectir sobre as mesmas e procurar identificar na nossa esfera de atuação formas de as mitigar, se possível de as eliminar. Como faremos isso?
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