A inovação tecnológica dos meios de pagamento é uma evidência constante ao longo de toda a sua história.
O Dinners Club Card, criado nos anos 1950, usado numa rede privada de restaurantes em Nova Iorque, resulta da visão dos seus fundadores Frank McNamara e Ralph Schneider, visão esta que não parou mais de evoluir quer em número de players (ex: a Amex lança cartão em 1958 que pode ser usado em comerciantes de diferentes actividades), quer na evolução das plataformas tecnológicas e dos próprios cartões que asseguram a segurança, simplicidade e conveniência das transacções, de forma transversal em todo o mundo.
Os pagamentos sofreram diversas evoluções tecnológicas que importa recordar tais como a Automated Teller Machine (ATM, 1967, usada através de ficha ou cupão de uso único), as Automated Clearing House (ACH) que permitiram a transmissão electrónica de fundos entre bancos, o cartão de débito (1975), os terminais de pagamento manuais usados na utilização do cartão de crédito (conhecidos como as “máquinas de passar a ferro”), a banda magnética, Point of Sale (POS, 1979 – a data da primeira transacção de pagamento electrónico realizada pela Visa), o chip EMV (Europay, Mastercard, Visa, 1992), o código pin (personal identification number, presencial ), o protocolo 3D Secure (código de autenticação de transacção, on-line), as tecnologias Contactless e NFC (Near Field Communication), a evolução geracional da rede mobile /sistema wireless – 2nd (1992), 3rd (2001), 4th (2012) and 5th (presente), a Internet (2000), o Mobile Touch (Iphone, 2007) e o Chip das coisas (IoT – Internet of Things).
A tecnologia actual permite concentrar num único aparelho chips de computador para processamento, capacidade de armazenamento de acesso rápido, plataformas de software e aplicações. O mobile incorpora múltiplas outras opções tecnológicas como sejam o GPS – Global Positioning System / Geolocalização, Bluetooth, Contactless / NFC, SMS – Short Message Service / USSD – Unstructured Supplementary Service Data, QRCode – Quick Response Code – e Web- World Wide Web (browser) e, desta forma, criar novas formas de comunicar (Apps) e de transaccionar – M-Commerce, M- Payment, M- Wallet e ainda o acesso ao Social Commerce.
Um apontamento adicional sobre a tecnologia contactless. Na forma de stickers, dispositivos pré-pagos ou telefones o contactless torna-se cada vez mais popular como forma de pagamento pela sua rapidez e conveniência de serviço. Observe-se os exemplos da sua utilização para racionalizar o pagamento das portagens nos Estados Unidos (E-Zpass, conceito similar à nossa Via Verde) e o pagamento dos transportes públicos em Londres e em Hong Kong (Oyster e Octopus, respectivamente).
O ecossistema de pagamentos transformou-se radicalmente no momento em que passou a ser possível iniciar um pagamento sem recurso a uma conta bancária, seja por via dos cartões pré-pagos, seja por via das wallet, seja por via do mobile.
Tradicionalmente, somente o cliente detentor de uma conta bancária e portador de um cartão poderia accionar uma transacção financeira.
O cartão pré-pago permite que o cliente utilize a sua conta cartão para efectuar carregamentos e pagamentos, sem necessitar de abrir uma conta bancária. Este cartão continua, no entanto, a ser emitido por Banco Emissor / Entidade Financeira, sujeito às regras do scheme de marcas nacional e / ou internacional.
As wallet permitem que os clientes associem os seus cartões numa carteira virtual facilitando o pagamento da compra on-line (usa-se o cartão desmaterializado sem necessidade de transmissão e de reintrodução de dados financeiros ao comerciante sempre que realizamos uma compra) e da física (usa-se o telefone que inicia a transacção através de um aplicativo, em detrimento do cartão físico que se insere na máquina POS do comerciante).
As wallet podem ainda permitir a criação de uma conta virtual associada para operar pagamentos ou transferências, que é alimentada, na maioria das vezes, com fundos provenientes de contas bancárias que cumprem as regras de compliance e de branqueamento de capitais.
O accionamento de uma transacção financeira sem recurso a uma conta bancária estimulada por novos padrões de experiência de consumo digital (aqui reside a inovação), fez emergir no ecossistema de pagamentos inúmeros novos players, concorrentes da banca tradicional não sujeitos a regulação, com elevado poder negocial junto do mercado, como sejam a PayPal, os GAFA (Google, Apple, Facebook e Amazon), as operadoras de telecomunicações (Deutshe Telecom, Telefónica, Vodafone), os fabricantes de telemóveis e grandes comerciantes mundiais (Marks & Spencer, John Lewis, Tesco, Wall Mart).
O que muda no Ecossistema de quatro partes?
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