Competência, técnica ou comportamental, é o que confere a um qualquer colaborador uma vantagem competitiva diferenciadora, com elevado valor acrescentado para si, para a sua equipa e para o cliente que dela beneficia.
A competência técnica, saber e saber fazer, consiste no conhecimento dos métodos, processos e procedimentos, que é considerado necessário para o desempenho de uma actividade específica.
Numa empresa, o colaborador deve conhecer os assuntos da empresa (saber) e adquirir a experiência da melhor solução para a resolução dos problemas (saber fazer). Só com conhecimento e experiência se domina a execução das operações na esfera da sua função, se compreende o valor acrescentado que capta para o negócio e se percepciona o posicionamento que assume na cadeia de valor da empresa.
A competência comportamental, saber estar e querer fazer, consiste na capacidade de estabelecer relação com terceiros e na ambição para superar desafios e dificuldades, que são consideradas necessárias para o desempenho de qualquer actividade.
Na empresa, o colaborador deve estabelecer uma relação (saber estar) com a sua chefia, equipa, pares, clientes e fornecedores e ter a atitude (querer fazer) para se comprometer com o trabalho, os objectivos e as metas previamente estabelecidas. Só com relação e auto-motivação se desenvolvem eficazes relacionamentos e se transformam dificuldades diárias em oportunidades de negócio sustentáveis.
O Colaborador deve realizar um exercício de auto-avaliação de competências para compreender “o que é” e “o que pretende vir a ser”. Desta forma, identificará quais as competências a adquirir e / ou a desenvolver, sejam técnicas (formação académica, profissional, especialização ou certificação) ou comportamentais (liderança e gestão de equipas, entre outras).
Na realização deste exercício (como o colaborador se vê) é muito importante ter presente a opinião da chefia (como o colaborador é visto), a opinião sobre os seus pares (como o colaborador se compara) e o perfil de função definido pela empresa (como o colaborador deveria ser).
Pretende-se através das diversas perspectivas identificadas aferir com maior rigor quais as competências a adquirir ou a melhorar. Deve-se ter sempre presente que a formação a obter deve estar preferencialmente associada à competência a desenvolver (o que se quer ser), sob pena de se estar a investir tempo e dinheiro em competências que pouco ou nada contribuirão para os resultados a alcançar (os da empresa, da equipa e os pessoais).
O interesse da empresa pelo colaborador aumenta sempre que este aceita e compreende o rumo estratégico definido, esteja focado no objectivo comum da equipa, ambicione novos desafios, adquira novos conhecimentos e que seja continuamente criativo para enfrentar as exigências do mercado.
Quem não se prepara, prepara-se para falhar. Quanto melhor preparado estiver o colaborador, para um determinado perfil de função, melhor será o seu desempenho. Sabe-se que as equipas de alta performance dependem dos intensivos treinos que realizam. O objectivo individual (colaborador) e colectivo (empresa) é estar preparado para agir, sempre que surjam novas oportunidades de mercado.
A figura que se apresenta ilustra a conjugação necessária a existir entre as competências, o desempenho e o desenvolvimento de cada colaborador ou de uma equipa, para que se possa concluir acerca do seu posicionamento, potencial de evolução e do sucesso profissional.
Este exercício é dinâmico e contínuo ao longo da carreira profissional.
As empresas ajustam continuamente a estrutura dos seus recursos humanos à dimensão da actividade do negócio, procurando adequar as suas competências e os seus perfis funcionais aos objectivos estratégicos a alcançar, e orientar a estrutura (“a equipa”) para os desafios sempre presentes do digital e do paradigma “customer centric”.
O colaborador posiciona-se de forma diferente, com as adequadas competências técnicas e comportamentais, em função dos desafios profissionais resultantes da evolução da sua carreira, por vezes, de situações de reenquadramento profissional ou de aceitação de novos projectos “fora da zona tradicional de conforto”.
Conclui-se desta reflexão, que as competências são a “ferramenta” crítica para se poder vender a mão-de-obra aos empregadores ou para se ser empreendedor através da criação do próprio negócio.
Excelente artigo Fernando.
Acrescentaria apenas que é para a construção de equipas de elevado desempenho, para além dos treinos, há também um papel fundamental do líder, que e de acordo com o perfil dos elementos e da própria equipa, terá de adoptar um estilo de liderança mais adequado, de forma a motivar mais e melhor.
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